terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2016 - Delicioso retorno e gratíssima surpresa

Lionel Fischer



Quase que invariavelmente, ao longo dos últimos 26 anos escrevi retrospectivas sobre as temporadas teatrais - fiz isso nas revistas Manchete, Visão e Cadernos de Teatro (O Tablado), e nos jornais O Globo, Última Hora e Tribuna da Imprensa. Nessas retrospectivas assinalava os trabalhos que mais me impressionaram, em todas as categorias, especificando as razões de minhas escolhas. 

Agora, no entanto, resolvi abordar a temporada teatral de 2016 sob uma perspectiva muito pessoal, mencionando apenas dois momentos que muito me emocionaram: meu retorno efetivo ao teatro (sem prejuízo da crítica teatral e do meu trabalho como jurado nos prêmios CESGRANRIO e APTR) e a gratíssima revelação de Claudia Mauro como autora e atriz dramática.



Boa noite, professor

Escrevi esse texto em parceria com minha filha mais jovem, Julia Stockler, e juntos também respondemos pela direção do espetáculo, que esteve em cartaz no Tablado em agosto e setembro. E para os que não sabem, há dez anos Julia passou a dar aulas comigo no espaço criado por Maria Clara Machado há 65 anos. 

Mas que ninguém imagine que sairei tecendo elogios ao que fizemos, pois isto seria por demais cabotino. O que me faz mencionar este trabalho tem a ver, em primeiro lugar, com a confiança de Cacá Mourthé (diretora artística da casa) no projeto e na ajuda que prestou em todas as suas etapas - a ela, portanto, minha eterna gratidão. E depois pela possibilidade que tive de trabalhar com dois excelentes intérpretes (Ricardo Kosovski e Nina Reis) e a honra de contar com a colaboração de dois amigos da vida inteira, os excepcionais artistas José Dias (Cenografia) e Aurélio de Simoni (Iluminação). 

Tive também o privilégio de ter como parceiro alguém que sempre admirei muitíssimo, mas a quem não conhecia pessoalmente: o maravilhoso músico Tato Taborda. Outro encontro marcante foi com a figurinista Ana Carolina Lopes e com o diretor de movimento Renato Linhares. A todos agradeço do fundo do coração as inestimáveis colaborações, às quais se somam as de Victor Hugo Cecatto (Programação Visual) Guga Melgar (Fotografia), João Sant'Anna (Produção Executiva), Fernando do Val (Direção de Produção) e Daniella Cavalcanti (Assessoria de Imprensa). E se os sempre caprichosos Deuses do Teatro assim o permitirem, Boa noite, professor haverá de voltar ao cartaz, quem sabe ainda em 2017.


A vida passou por aqui

Uma das características mais curiosas de nossa espécie diz respeito à mania que temos de aprisionar os outros em perfis que julgamos serem os corretos, sem jamais levarmos em conta a possibilidade desses perfis serem apenas parciais. E aqui chego a Claudia Mauro.

Como todos sabemos, a atriz possui longa e sólida carreira, mas grande parte dela voltada para o humor (no teatro e na televisão) e para os musicais. Assim, uma questão se impunha: seria ela capaz de realizar um trabalho essencialmente dramático, ainda que não dispensando pitadas de humor?

E quanto à escrita? Até meados do segundo semestre, será que alguém a imaginava capaz de produzir um texto com tamanha densidade, lirismo e percepção de nossa infinita capacidade de amar e se reconhecer no outro? 

A ambas as questões, A vida passou por aqui nos ofertou respostas que, numa escala de zero a dez, mereceriam onze!

Como atriz, Claudia Mauro simplesmente me arrebatou. Não que a imaginasse incapaz de realizar uma performance dramática, apenas desconhecia esse potencial, daí minha gratíssima surpresa. Tanto em termos vocais como corporais, a atriz exibiu um patamar de excelência que me causou assombro, assim como me assombrou sua capacidade de passar da velhice da personagem à sua juventude numa fração de segundos, sempre de forma absolutamente convincente. Sem dúvida, e sob todos os aspectos, uma das mais brilhantes interpretações de 2016.

Com relação ao texto, aí minha comoção foi total. Não em termos formais, não em termos de estrutura, mas na maneira como Claudia Mauro, partindo de sua história pessoal, conseguiu criar uma peça que mexe profundamente com nossas emoções, já que em sua essência repousa algo que todos possuímos: nossas recordações familiares e, em especial, aquelas que dizem respeito aos nossos pais. Sem dúvida, e sob todos os aspectos, um dos textos mais relevantes da temporada de 2016. E também desejo que A vida passou por aqui retorne aos nossos palcos ainda em 2017.

No mais, a todos desejo que este réveillon que se avizinha seja o mais feliz de suas vidas!!!

Um beijo em todos,

Eu







terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Teatro/CRÍTICA

"As palavras e as coisas"

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Afetos e descontroles



Lionel Fischer



Duas mulheres se reencontram na sala de espera de uma UTI. Dentro desta, um homem (Matéi) agoniza, vítima de um acidente de carro logo após a noite de autógrafos de seu último romance, "Macau". Ao longo da narrativa, realidade e fantasia se alternam, e somos levados a crer que as duas mulheres são personagens do romance e a relação de ambas com o homem constitui a matéria essencial do livro. Finalmente, um curioso detalhe: sempre que vivenciam algo de grande intensidade emocional, as mulheres vomitam objetos.

Eis, em resumo, o contexto em que se dá "As palavras e as coisas", em cartaz no Espaço Cultural Sergio Porto. Pedro Brício responde pelo texto e pela direção do espetáculo, estando o elenco formado por Branca Messina, Lúcia Bronstein, Gabriel Pardal e Daniela Kupek.

Não sei se Pedro Brício titulou sua peça reportando-a a "As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas", de Michel Foucault. Mas suponhamos que sim. Então, o que teriam a ver uma com a outra? Vamos a um resumo sumaríssimo, quase constrangedor, do ensaio do filósofo francês.

No ano em que o publicou (1966), Foucault estava numa fase dita arqueológica, na qual empreendia uma espécie de arqueologia das ciências humanas, com o objetivo de refutar uma visão linear e progressiva da História. Se aplicada ao teatro, tal refutação pode ser entendida como uma rejeição a narrativas que se estabelecem através da cronologia dos fatos, sem qualquer espécie de ruptura temporal, e cuja linearidade excluiria a possibilidade de existirem múltiplas camadas de apreensão. Mas em se tratando da dramaturgia contemporânea, isto não constitui nenhuma novidade. 

Assim sendo, restaria a possibilidade de Brício ter priorizado a constatação feita por Foucault - e não apenas por ele, evidentemente - de que na Idade Média as palavras e as coisas eram equivalentes, não havia distinção entre elas. A palavra "cavalo" designava um cavalo, e nada além disso. E se um quadro exibia um vaso de flores, seu título seria "Flores". Ou seja: esse tipo de relação com o objeto excluía o sujeito e sua singularidade, impedindo-o, por exemplo, de se ver tomado por profunda angústia diante de uma tela que reproduzisse um objeto ou uma cena cotidiana perfeitamente reconhecíveis.

Já me desculpando por esta divagação um tanto extensa e nem sei se pertinente, voltemos ao texto de Brício. Aqui, como já dito, as personagens eventualmente vomitam objetos. É claro que isto não pode ser entendido como uma manifestação real. Mas em que sentido deve ser entendida? Trata-se apenas de um efeito visando curioso e hilário estranhamento? Isso seria gratuito. Mas será que as coisas vomitadas possuem um significado inerente às personalidades em questão? Ou estaria o autor sugerindo que todos nós, ainda que de forma inconsciente, vivemos vomitando coisas sempre que as palavras se revelam impotentes perante a vida? Na dúvida, fico com esta última hipótese. 

Mas ainda que o texto em questão tenha me suscitado mais dúvidas do que certezas - o que não é mau, evidentemente - acredito que "As palavras e as coisas" talvez possa ser entendida como uma peça que fala basicamente de afetos e descontroles, sendo ambos indissociáveis. E este conteúdo essencial vem expresso através de uma narrativa que prende a atenção do espectador ao longo de todo o espetáculo, tanto através de suas surpreendentes peripécias como pelo permanente embate entre as personalidades retratadas.

Com relação ao espetáculo, Pedro Brício impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico, apostando visceralmente tanto no estranhamento como no humor, sem se descuidar das passagens em que os múltiplos e contraditórios afetos são trabalhados com a seriedade que merecem. E se a isto somarmos o bom desempenho de todo o elenco, não resta dúvida de que aos espectadores está sendo oferecido um produto capaz de divertir e gerar reflexões.

Na equipe técnica, Tomás Ribas ilumina a cena com a habitual sensibilidade, sendo muito expressiva a cenografia de Tuca. Cabe também destacar a instigante trilha sonora de Joana Guimarães e Pedro Brício. Com relação aos ótimos figurinos, estes foram supervisionados pelo sempre competente Antônio Guedes.

AS PALAVRAS E AS COISAS - Texto e direção de Pedro Brício. Com Branca Messina, Lúcia Bronstein, Gabriel Pardal e Daniela Kupek. Espaço Cultural Sergio Porto. Sábado e segunda, 21h. Domingo, 20h. 


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

OFICINA GRATUITA NA SEDE DAS CIAS 

‘Atuação entre o teatro e o cinema: a performatividade do instante’.
Rodrigo Fischer, criador do Grupo Desvio, de Brasília, ministra curso nos dias 16 e 17 de dezembro, das 13h às 18h.

Diretor do Grupo Desvio, uma das mais emblemáticas companhias teatrais de Brasília, Rodrigo Fischer ministra no Rio de Janeiro a oficina ‘Atuação entre o teatro e o cinema: a performatividade do instante’. Voltada para atores e diretores de teatro e cinema, as aulas acontecem na Sede das Cias, na Lapa, nos dias 16 e 17 de dezembro (sexta e sábado), das 13h às 18h. A oficina faz parte do projeto de circulação da peça ‘Misanthrofreak’, em cartaz no mesmo espaço, de 15 a 18 de dezembro de 2016, com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. A inscrição é gratuita e deve ser feita mediante envio de currículo para o email clauproducao@gmail.com
Por meio da técnica Meisner de atuação e sua atualização dentro do contexto do teatro performativo, a oficina pretende fundamentar importantes características técnicas para o ator, na fronteira teatro-cinema. Serão aprimoradas habilidades como escuta, impulso, resposta e reação espontânea, além de desenvolver um estado de presença que permita a efetivação de ações menos engessadas. A partir de exercícios práticos e improvisações, será introduzido o conceito de estado de devir: aquele que prioriza a potência do silêncio, do mistério, das micro percepções e da ambiguidade no instante por meio da tensão entre realidade e ficção. O desenvolvimento desses conceitos  pretende permitir que o ator identifique seu próprio caminho para ‘performar’ no palco, mediado por uma câmera.
“A proposta do curso é que os participantes possam aprimorar a condução da performance tanto no set como no palco. A ênfase na ‘performatividade’ é o ponto de encontro entre o teatro e o cinema, enquanto o cineasta John Cassavetes é a grande inspiração para essa busca”, explica Fischer. Os participantes da oficina poderão assistir, gratuitamente, o espetáculo ‘Misanthrofreak’.

RODRIGO FISCHER
Idealizador e diretor do Grupo Desvio, é graduado em interpretação teatral (2006), mestrado (2008) e doutorado em Processos Composicionais para a Cena (2015) pela Universidade de Brasília, atualmente realiza o pós-doutorado pela mesma instituição. Atua também como professor pesquisador do Departamento de Pós Graduação em Artes Cênicas da UnB. Há 15 anos, dirige o Grupo Desvio. Fora do Desvio dirigiu: Sexton (2013); Festim Diabólico e Vilarejo DistanteTerapia de Risco; e 2+2=2, a convite da Akhmeteli Theatre de Tbilisi, Geórgia (EUA).  Como ator, trabalhou em A história de Jerry e o Cachorro (2007), de Edward Albee, dirigida por Diego Bresani, e Os Demônios(2008), de Fiódor Dostoiévski, dirigida por Antônio Abujamra e Hugo Rodas. Atuou também no cinema, em parceria com o coletivo Alumbramento. Em 2015, protagonizou o filme Último Trago, dirigido por Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti.


MISANTHROFREAK

Estreado em Nova York em 2013, apresentado em cinco países, vencedor do Prêmio Sesc de Teatro Candango de melhor espetáculo de 2014, é um dos trabalhos mais emblemáticos do Grupo Desvio, de Brasília.  Criado, dirigido e atuado por Rodrigo Fischer, o espetáculo propõe a busca de novas possibilidade de performance a partir da junção de teatro, cinema e novas tecnologias. Unindo os termos ‘misantropia’ (aversão ao ser humano) e ‘freak’ (em inglês, aberração), o espetáculo relata a angústia de um artista que tenta contar uma história operando sozinho no palco todos os recursos de tecnologia por meio de um controle remoto: iluminação, som, câmera, projeções... Entre o poético e o patético, na tentativa de se expressar, ele é confrontado com uma série de falhas, frustrações e a dificuldade de tomar decisões. Desestabilizado frente ao iminente fracasso, ele vivencia uma transformadora experiência de ressignificação do erro.  No Rio de Janeiro, as apresentações acontecem de 15 a 18 de dezembro de 2016 (qui, sex e sáb, às 20h; dom às 19h.), na Sede das Cias, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O espetáculo tem duração de 55 min. e indicação etária de 12 anos. O projeto de circulação da peça, já apresentada em Belo Horizonte e São Paulo, é financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. 

SERVIÇO
Oficina de teatro
Atuação entre o teatro e o cinema
a performatividade do instante  Com o ator e diretor Rodrigo Fischer, do Grupo Desvio, de Brasília
Dias: 16 e 17 de dezembro de 2016
Hora: das 13h às 18h
Carga horária total: 10 horas
Local: Sede das Cias
Endereço: Rua Manuel Carneiro, 12 - Escadaria Selarón – Lapa – Rio de Janeiro
Tel.: 21 9 8644 1515
Vagas: 20 participantes
Inscrição gratuita mediante envio de currículo para o email: clauproducao@gmail.com
Patrocínio: Fundo de Apoio à Cultura (FAC)
Prêmio Cesgranrio de Teatro
Indicados do 2º Semestre de 2016

Melhor Direção
Ana Teixeira e Stéphane Brodt ("Os cadernos de Kindzu")
André Curti e Artur Luanda Ribeiro ("Gritos)
Luiz Felipe Reis ("Amor em 2 atos")

Melhor Ator
Marcos Caruso ("O escândalo Philippe Dusart")
Otto Jr. ("Amor em 2 atos")
Bruno Mazzeo ("5 x comédia")

Melhor Atriz
Fabíola Nascimento ("5 x comédia")
Grace Passô ("Vaga carne")
Claudia Mauro ("A vida passou por aqui")

Melhor espetáculo
"Os cadernos de Kindzu"
"Gritos"
"Vaga carne"

Melhor Cenografia
José Dias ("Boa noite, professor")
André Curti e Artur Luanda Ribeiro ("Gritos")
Bel Lobo e Bruce Gomlevski ("Demônios")

Melhor Iluminação
Nadja Naira ("Vaga carne")
Artur Luanda Ribeiro e Hugo Mercier ("Gritos")
Paulo Cesar Medeiros ("Imagina esse palco que se mexe")

Melhor Figurino
Cássio Brasil ("5 x comédia")
Paula Ströher ("Tran-se")
Marcelo Olinto ("A invenção do amor")

Melhor Texto Nacional Inédito
Grace Passô ("Vaga Carne")
Claudia Mauro ("A vida passou por aqui")
Felipe Vidal ("Cabeça")

Categoria Especial
Eduardo Rieche - pelo livro "Yara Amaral: uma operária do teatro"
Grupo Nós do Morro - pelos 30 anos de existência
Tato Taborda - por suas criações musicais nos espetáculos "Boa noite, professor", "Céus" e "Imagina esse palco que se mexe"

Melhor Direção Musical
Felipe Vidal e Luciano Moura ("Cabeça")
Alexandre Elias ("Chica da Silva")

Melhor Ator em Musical
Hugo Bonemmer ("Ordinary days")

Melhor Atriz em Musical
Vilma Melo ("Chica da Silva")

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sábado, 3 de dezembro de 2016

SEDE DAS CIAS EM RESISTÊNCIA

Mostra artística independente leva à Lapa programação
 cultural de fôlego e gratuita durante quatro dias


Dos dias 09 a 12 de dezembro, a mostra ATOS EM RESISTÊNCIA traz espetáculos, shows, performances, filmes, leituras, debates, exposição, oficina e processos à Sede das Cias, na Lapa. Com trabalhos artísticos independentes, o evento é um ato de resistência política, artística e da própria Sede, que se mantém sem patrocínio desde meados deste ano. ATOS EM RESISTÊNCIA  tem idealização, coordenação e curadoria de Cesar Augusto e Ivan Sugahara, com a parceria do movimento Teatro pela Democracia, e põe em foco as novas formas de produção cultural em tempos de crise. Todos os artistas participantes têm relação com o espaço ou com a maneira independente e pró-ativa de produção de cultura no Brasil.

Bia Lessa, Julia Murat, Moacir Chaves, Cia dos Atores, Caio Prado, Soraya Ravenle, Laila Garin, Ivan Sugahara, Cristina Flores, Álamo Facó, Felipe Vidal, entre outros nomes, apresentam trabalhos e reflexões em ocupação total da casa e algumas atividades se estendem à Escadaria Selarón. Todas as atrações são gratuitas e abertas ao público, com distribuição de senhas meia hora antes de cada atração. Uma cota antecipada de ingressos será distribuída sempre no início das atividades diárias: às 17h na sexta e segunda e às 13h no sábado e domingo.

A Mostra abre a programação na sexta-feira, dia 09, às 17h, com a vernissage da exposição Ifutisu do fotógrafo Dalton Valério. Às 18h, Cinema em Resistência reúne a exibição de trechos de três filmes ainda em produção e um debate com os diretores Douglas Duarte, Julia Murat e Paula Fabiana, com mediação de Julia Levy. Dando sequência, às 20h30, o teatro recebe o processo do espetáculo Fora da Caixa, com direção de Ivan Sugahara. A última atração do dia é a peça Cabeça – um documentário cênico, de Felipe Vidal, às 22h. A montagem esteve em cartaz em novembro no Sesc Ginástico, e realizou seus ensaios na Sede das Cias.

A Oficina da Cia dos Atores, realizada por Cesar Augusto e Marcelo Olinto, inicia a programação do sábado, dia 10, às 10h. Os participantes deverão se inscrever previamente pela internet. Às 14h, será exibido Então Morri, novo filme de Bia Lessa, que teve sua estreia no Festival do Rio deste ano. Após a exibição do longa, às 16h, tem início o Ciclo Teatro pela Democracia de Leituras e Debates. O ciclo acontecerá ao longo dos três últimos dias da mostra, com um tema guiando o programa de cada dia. Neste dia, o tema Mídia e Sociedade conjuga uma leitura da peça O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Inez Viana, e um debate conduzido pela jornalista Claudia Antunes, com mediação de Angela Leite Lopes. Às 19h, a atriz Soraya Ravenle apresenta o processo do espetáculo Instabilidade Perpétua, no jardim da casa. Às 20h30, a peça Se eu fosse Iracema, com Adassa Martins, será apresentada no teatro. Logo após, o Cabaré Diferentão, de Isabel Chavarri, encerra a programação do dia, às 22h.

No domingo, dia 11, a casa abre com a continuação da Oficina da Cia dos Atores, das 10h às 13h. O resultado da oficina será apresentado ao público às 14h, na Escadaria Selarón. Na sequência, às 15h15, o teatro recebe a performance P.S (post scriptium cênico), de Tati Caltabiano. Às 16h, o segundo dia do Ciclo Teatro pela Democracia, com o tema Política e Religião, apresenta uma leitura da peça As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, seguida de debate com a cientista social Regina Novaes, mediado por Angela Leite Lopes. Em seguida, às 19h, a performance Jardim Proibidão, de Cristina Flores, será realizada no jardim. Às 20h30, o ator Álamo Facó apresenta o processo de seu novo espetáculo Trajetória Sexual. O show dos artistas Caio Prado e Federico Puppi encerra as atividades do dia, às 22h30.

Na segunda-feira, dia 12, a programação tem início às 17h com o debate Novas formas de produção cultural, com o ator e diretor Arthur Luanda Ribeiro, da cia. Dosàdeux, a produtora francesa Louiza Temal, o diretor Renato Rocha, o produtor Sergio Saboya e mediação de Cesar Augusto. Às 19h, o último dia do Ciclo Teatro pela Democracia reflete sobre o tema Estado de Exceção, com a leitura da peça O Rinoceronte, de Eugène Ionesco, sob a direção de Ivan Sugahara e debate com as historiadoras Dulce Pandolfi e Isabel Lustosa e mediação de Ângela Leite Lopes. Como encerramento das atividades da mostra ATOS EM RESISTÊNCIA, o teatro recebe às 22h o show de Laila Garin com a banda A Roda.



 SERVIÇO
Sede das Cias 
Rua Manoel Carneiro, 12 (Escadaria Selarón) - Lapa

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira, dia 09/12

17h – Vernissage [FOYER]
Abertura da exposição fotográfica Ifutisu, de Dalton Valério
18h às 20h – Filme + Debate [SALA BEL GARCIA]
Cinema em Resistência
Exibição de trechos de filmes em finalização + debate com os diretores
Diretores: Paula Fabiana – Filme Manifesto (Golpe de Estado)
      Douglas Duarte – Excelentíssimos 
      Julia Murat e Miguel Ramos – Opinião Publicada
Mediação: Julia Levy                                      
20h30 às 21h30 – Processo [SALA BEL GARCIA]
Espetáculo: Fora da Caixa
Direção: Ivan Sugahara
Dramaturgia: Claudia Mele e Ivan Sugahara
Com Catarina Saibro, Cristina Lago, Fábio Cardoso,
Rebecca Leão, Ricardo Cabral e Thiago Ristow
22h às 00h – Espetáculo [SALA BEL GARCIA]
Espetáculo: Cabeça – um documentário cênico
Direção e Dramaturgia: Felipe Vidal
Com Felipe Antello, Felipe Vidal, Guilherme Miranda, Gui Stutz,
Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira e Sergio Medeiros
00h às 02h – Lounge [JARDIM]

Sábado, dia 10/12

10h às 13h – Oficina [SALA BEL GARCIA e ESCADARIA]
Com Cia dos Atores (Cesar Augusto e Marcelo Olinto)
Inscrições deverão ser realizadas previamente pela Internet
14h às 15h45 – Filme [SALA BEL GARCIA]
Filme: Então Morri
Direção: Bia Lessa
16h às 18h45 – Leitura + Debate [SALA BEL GARCIA]
Ciclo Teatro pela Democracia - Tema: Mídia e Sociedade
Peça: O Beijo no Asfalto (de Nelson Rodrigues)
Direção: Inez Viana
Debatedores: Inez Viana e Claudia Antunes
Mediação: Angela Leite Lopes
19h às 20h30 – Processo [JARDIM]
Espetáculo: Instabilidade Perpétua
Com Soraya Ravenle
Direção de Daniela Visco, Georgette Fadel, Julia Bernat e Stella Rabello
A partir da obra homônima de Juliano Garcia Pessanha
21h às 22h – Espetáculo [SALA BEL GARCIA]
Espetáculo: Se eu fosse Iracema
Com Adassa Martins
Direção: Fernando Nicolau
Dramaturgia: Fernando Marques
22h30 às 23h30 – Show de Variedades [SALA BEL GARCIA]
Espetáculo: Cabaré Diferentão
Direção: Isabel Chavarri
23h30 às 02h – Lounge [JARDIM]

Domingo, dia 11/12

10h às 13h – Oficina [SALA BEL GARCIA e ESCADARIA]
Com Cia dos Atores (Cesar Augusto e Marcelo Olinto)
Inscrições deverão ser realizadas previamente pela Internet
14h às 15h – Resultado Oficina [SALA BEL GARCIA e ESCADARIA]
Resultado da Oficina com Cia dos Atores
15h15 às 15h45 – Performance [SALA BEL GARCIA]
Performance: P.S (post scriptium cênico)
Direção: Tati Caltabiano
16h às 18h45 – Leitura + Debate [SALA BEL GARCIA]
Ciclo Teatro pela Democracia - Tema: Política e Religião                                                             
Peça: As Bruxas de Salém (de Arthur Miller)
Direção: Moacir Chaves
Debatedores: Regina Novaes e Moacir Chaves                                                
Mediação: Angela Leite Lopes                       
19h às 20h15 – Performance [JARDIM]
Performance: Jardim Proibidão
Direção e Dramaturgia: Cristina Flores
Com Ana Abbott, Cristina Flores, João Marcelo Iglesias, Nara Parolini, Thiago Gallego e Tracy Segal
20h30 às 21h30 – Processo [SALA BEL GARCIA]
Espetáculo: Trajetória Sexual
Direção e Dramaturgia: Álamo Facó
Com Álamo Facó
21h30 às 22h30 – Show [SALA BEL GARCIA]
Com Caio Prado e Federico Puppi
22h30 às 00h – Lounge [JARDIM]

Segunda-feira, dia 12/12

17h às 18h45 – Debate [JARDIM]
Tema: Novas formas de produção cultural
Com: Artur Luanda Ribeiro + Louiza Temal + Renato Rocha + Sérgio Saboya
Mediação: Cesar Augusto
19h às 21h45 – Leitura + Debate [SALA BEL GARCIA]
Ciclo Teatro pela Democracia - Tema: Estado de Exceção                                                
Peça: O Rinoceronte (de Eugène Ionesco)                   
Direção: Ivan Sugahara
Debatedores: Dulce Pandolfi e Isabel Lustosa
Mediação: Angela Leite Lopes
22h às 23h – Show [SALA BEL GARCIA]
Com Laila Garin e A Roda
23h às 00h – Lounge [JARDIM]

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

DUETTO COMUNICAÇÃO, UTOPIA PRODUÇÕES E O 20º FESTIVAL DE TEATRO DO RIO CONVIDAM 

para o ENCONTROS PARA A CULTURA, com a mesa intitulada A PREPARAÇÃO, A CONSTRUÇÃO, A CRIAÇÃO E A PUBLICAÇÃO DA CRÍTICA TEATRAL CARIOCA EM 2016,  a ser realizada no dia 5 de dezembro, segunda-feira, das 14h às 17h, com a participação de Leonardo Torres (Teatro Em Cena), Renata Magalhães (VejaRio), Renato Mello (Botequim Cultural) e Rodrigo Monteiro (Crítica Teatral). Mediação de Tânia Brandão (Folias Teatrais).

Local: 
Escola de Teatro da UNIRIO - Sala de Audiovisual
Av. Pasteur, 436 - fundos - Prédio III - Sala 401 - Urca - Rio de Janeiro / RJ

Entrada gratuita.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Teatro/CRÍTICA

"A paz perpétua"

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Poderosa metáfora no Oi Futuro



Lionel Fischer



As raças diferem, assim como os instintos, mas os três cães têm em comum o mesmo objetivo: ganhar a coleira branca, ambicionado prêmio para aquele que se revelar mais apto para combater o terrorismo. Um dos cães (Emanuel) revela propensões filosóficas, outro (Odin) exibe singular cinismo e o terceiro (John-John) é a perfeita materialização da força bruta. Há um quarto cão, paralítico, que coordena as provas e a quem cabe julgar o desempenho dos demais. Finalmente, um único homem, cuja função básica consiste em conduzir os cães para um outro espaço, onde se realizam a maioria dos testes.

Eis, em resumo, o contexto em que se dá "A paz perpétua", de autoria do espanhol Juan Mayorga, em cartaz no Oi Futuro Flamengo. Aderbal Freire-Filho assina a tradução e a direção do espetáculo, estando o elenco formado por Alex Nader, Gillray Coutinho, João Velho, José Loreto e Kadú Garcia.

Diante do exposto no parágrafo inicial, muitas interpretações podem ser feitas capazes de legitimar personagens híbridos, mescla de cães e homens. Haveria alguma humanidade nos primeiros, adquirida pelo convívio com os humanos? Os homens teriam se brutalizado a ponto de jamais conseguirem se libertar de sua selvagem origem? Ou será que Juan Mayorga, ao criar uma circunstância cênica plena de estranhamento, objetivou que ela fosse entendida como metáfora de um mundo em irreversível processo de esfacelamento ético e moral? Sinceramente, não cheguei a uma conclusão definitiva a respeito das intenções do autor, ainda que tenha feito muitas outras conjecturas além das expostas. 

Seja como for, o que importa é que estamos diante de um texto que aborda relevantes questões, sendo as mais significativas - ao menos para mim - a eliminação do outro como condição imprescindível para o triunfo pessoal, a perplexidade diante de tarefas incompreensíveis que ainda assim precisam ser cumpridas e a existência ou não de Deus, aqui discutido à luz de Pascal. E tais questões nos chegam através de excelentes diálogos e de personagens maravilhosamente construídos, predicados que contribuem de forma decisiva para manter a plateia em permanente estado de tensão e interesse.

Mas é claro que o êxito da presente empreitada também deve ser creditado a todos os profissionais nela envolvidos. A começar por Aderbal Freire-Filho. Além de assinar ótima tradução, Aderbal impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o contexto - marcações expressivas, precisão rítmica e sensível valorização de todos os conteúdos emocionais, políticos e filosóficos em jogo. Afora reiterar, uma vez mais, sua enorme capacidade de extrair excelentes atuações dos atores que dirige.

Neste particular, por sinal, gostaria de dizer o seguinte: é muito raro se assistir a um espetáculo em que todos os intérpretes, além de extraírem o máximo de seus personagens, também exibem uma contracena tão forte e visceral. Assim, parabenizo com o mesmo entusiasmo Alex Nader (cão paralítico), Gillray Coutinho (Homem), João Velho (Odin), José Loreto (John-John) e Kadú Garcia (Emanuel) e a todos agradeço a emocionante noite que me proporcionaram. 

Na equipe técnica, considero irrepreensíveis as contribuições de todos os profissionais envolvidos nesta instigante empreitada teatral - Maneco Quinderé (iluminação), Aderbal Freire-Filho (cenografia), Tato Taborda (música) e Antônio Medeiros (figurino).

A PAZ PERPÉTUA - Texto de Juan Mayorga. Tradução e direção de Aderbal Freire-Filho. Com Alex Nader, Gillray Coutinho, João Velho, José Loreto e Kadú Garcia. Teatro Oi Futuro. Quinta a domingo, 20h.  





  



   




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

FESTIVAL DE TEATRO DO RIO CHEGA A SUA 20º EDIÇÃO E HOMENAGEIA JOSÉ CELSO MARTINEZ, LÍDER DO TEATRO OFICINA. ESTE ANO, SERÃO DISTRIBUÍDOS MAIS DE 50 MIL REAIS EM PRÊMIOS. 
De 01 a 17 de dezembro, com apresentações gratuitas na Sala Baden Powell, Cidade das Artes, Cinelândia, Madureira, Praça Mauá e Paquetá.

Um dos eventos teatrais mais antigos do Rio de Janeiro, o Festival de Teatro do Rio, tornou-se referência para classe, estudantes e público em geral. Nesta edição, o objetivo é realizar um evento com o maior alcance de público de sua história, com uma programação de qualidade, estímulo à linguagem teatral e intercâmbio. Em sua 20ª edição, o Festival terá duração de 16 dias e contará com a participação de diversos grupos do país, apresentando espetáculo consagrados, como “Estamira”, Mercedes, Amor, Te e “Em um lugar chamado lugar nenhum, entre outros. 

Serão duas semanas de apresentações gratuitas de peças, esquetes, debates, oficinas e atividades teatrais, com expectativa de receber pessoas das Zonas Centro, Sul, Norte e Oeste da cidade. O evento oferece a toda sociedade um panorama do que há de melhor na nova cena teatral.

O HOMENAGEADO

Em 2016, o Festival irá homenagear José Celso Martinez, grande ícone do teatro brasileiro. Diretor, autor e ator, destacado encenador da década de 1960, inquieto e irreverente, líder do Teatro Oficina, uma das companhias mais conectadas com o seu tempo. Uma das pessoas mais importantes ligadas ao teatro, seu trabalho é visto com antropogáfico. Por experimentar formas ousadas de se realizar uma peça teatral, Zé Celso já se viu entre críticas sensacionalistas. 

Construiu um dos mais originais percursos dos palcos brasileiros. É, provavelmente, a personalidade criativa mais forte do teatro brasileiro. Foi, em todo o caso, o encenador mais aberto a ideias ousadas e sempre renovadas, capaz de realizar, a partir delas, espetáculos surpreendentes, generosos, provocantes, excepcionalmente inventivosAtualmente, Zé Celso, como é conhecido, se intercala entre cinema e teatro.

A cada edição, o Festival de Teatro do Rio homenageia um artista que tenha, em sua história profissional, grande ligação com os palcos. Entre os prestigiados em edições anteriores estão: Domingos de Oliveira, Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Maria Clara Machado, Milton Gonçalves, Nathália Timberg, Paulo José, Renata Sorrah, Laura Cardoso, Tônia Carrero e Sérgio Britto, além do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone e do Retiro dos Artistas.


MOSTRAS COMPETITIVAS

Para compor as Mostras Competitivas, foram selecionados, 9 trabalhos de cenas longas, peças com no mínimo 45 minutos, e 16 cenas curtas, além de esquetes com no máximo 17 minutos. Os espetáculos serão apresentados na Cidade das Artes e avaliados por um corpo de cinco jurados, além do voto popular. As obras serão indicadas e premiadas nas categorias (para cenas longas e curtas, cada):

           Melhor Espetáculo Teatral
           Melhor Espetáculo Teatral pelo Júri Popular
           Melhor Texto
           Melhor Direção
           Melhor Ator
           Melhor Atriz
           Visualidade (cenário, luz e figurino)

O Festival de Teatro do Rio é o único evento do gênero realizado há mais de 17 anos na cidade. Sua relevância cultural está diretamente ligada à sua vocação de valorizar pequenas companhias e grupos teatrais, desenvolver, fomentar e difundir as artes cênicas no Brasil, a partir da promoção do intercâmbio entre artistas, produtores,
diretores, estudantes e intelectuais.

O Festival também proporciona o desenvolvimento de ideias, a partir do contato, da resposta e do debate com o público. 

São oportunidades excelentes de exercício e experimentação, que podem indicar caminhos futuros de espetáculos e linguagens transformadores.

O evento dá a oportunidade a pequenos grupos teatrais de se apresentarem em espaços consagrados do teatro carioca submetendo-se ao julgamento de profissionais de destaque neste campo artístico. As oficinas e o projeto educativo de formação de público dão acesso democrático ao teatro, incentivando as novas gerações a pensar o teatro contemporâneo, seja como espectadores, seja como artistas no palco.

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL

01/12 à 04/12
Mostra Cenas Curtas, na Sala Municipal Baden Powell, às 19h
Endereço: Av. Nossa Sra. de Copacabana, 360 - Copacabana, Rio de Janeiro - RJ

05, 06, 12 e 13/12 – Mostra de Rua
05/12 - Cinelândia - Praça Floriano - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20031-050
06/12 - Madureira - R. Parque Madureira, S/N - Madureira, Rio de Janeiro - RJ, (Entrada portão 1, próximo ao shopping Madureira)
12/12 - Praça Mauá - Praça Mauá, 1 - Centro, Rio de Janeiro, RJ.
13/12 - Paquetá - Escola Municipal Pedro Bruno R. Padre Juvenal - Paquetá, Rio de Janeiro - RJ

07 à 11/12 e 14 à 17/12 – Mostra Espetáculos
Fundação Cidade das Artes, às 20h - Endereço: Av das Américas 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ

05,06,07/12 – Mesas
Endereço: Av. Pasteur, 458 - Urca, Rio de Janeiro - RJ, 22290-240

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Mesa de debates 'Outras mídias' vai discutir, dia 29/11 no Oi Futuro Flamengo,
 novas maneiras de se fazer comunicação no país

Evento faz parte do Ciclo Ato Criador – Outros Possíveis, que completa 10 anos, e vai reunir
 David Miranda (vereador e ativista), Ana Karenina (fundadora e editora da Caneta Desmanipuladora), André Miguéis (fundador e articulista da Mídia Independente Coletiva-MIC) e Dríade Aguiar (fundadora e integrante da Mídia Ninja) 

Responsáveis por projetos de comunicação ousados, Ana Karenina (fundadora e editora da Caneta Desmanipuladora), André Miguéis (fundador e articulista da Mídia Independente Coletiva-MIC), Dríade Aguiar (fundadora e integrante da Mídia Ninja) e David Miranda (vereador e ativista) vão se reunir no Oi Futuro Flamengo, terça-feira (dia 29/11), na mesa de debates Outras Mídias, para discutir diferentes modelos de se fazer jornalismo, textos e vídeos a partir do uso de novas tecnologias e das mídias sociais. O evento faz parte do Ciclo Ato Criador - Outros Possíveis, dirigido por Ana Lucia Pardo, que completa 10 anos de atividades e que até o fim do ano ainda vai reunir nomes como Bia Lessa, Gregório Duvivier, Elisa Lucinda, Leandro Karnal e Jessé Souza em debates sobre temas atuais. 



Mesa Outras Mídias
Com reunião de grandes representantes da chamada ‘mídia alternativa’, a mesa vai discutir outros modelos de se fazer jornalismo, conteúdo e comunicação no Brasil e no mundo. Com uso de novas tecnologias e mídias sociais, Ana Karenina (fundadora e editora da Caneta Desmanipuladora), André Miguéis (fundador e articulista da Mídia Independente Coletiva-MIC), Dríade Aguiar (fundadora e integrante da Mídia Ninja) e David Miranda (vereador e ativista) apresentam outros olhares para a vida política, cultural e econômica do Brasil.

Ana Karenina Riehl
Atriz e visagista, Ana Karenina é fundadora e editora-chefe da Caneta Desmanipuladora, projeto que desconstrói reportagens substituindo um ou outro termo de manchetes de jornal e publicando nas redes sociais (a página na internet, criada em parceria com Rafael Caliari, conquistou cerca de 260 mil seguidores no Facebook; 3,5 mil no Instagram, 2,5 mil no Twitter e mil no Telegram – por enquanto). 

André Miguéis
Cineasta, articulista e membro fundador/ participante do conselho gestor da Mídia Independente Coletiva-MIC - Coletivo de mídia, fundado em 2013 e formado por jornalistas, cineastas e cidadãos interessados no processo de democratização da comunicação social no Brasil. Posteriormente, o coletivo passou a se dedicar à defesa dos direitos civis nas comunidades carentes e periferias da cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, a Mídia Independente Coletiva-MIC possui representações em seis estados brasileiros. 

Dríade Aguiar
Integrante e uma das fundadoras do Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) – rede descentralizada de mídia de esquerda, com atuação em mais de 150 cidades no Brasil. Sua abordagem é conhecida pelo ativismo sociopolítico, declarando-se ser uma alternativa à imprensa tradicional, com amplo emprego das redes sociais na divulgação de notícias. O grupo ganhou repercussão internacional na transmissão dos protestos no Brasil em 2013. 

 David Miranda
David Miranda foi eleito o primeiro vereador LGBT da câmara do Rio nestas eleições. Casado há 11 anos com Glenn Greenwald, protagonizou grandes enfrentamentos, ao lado de Edward Snowden, pela liberdade na internet. Detido pelo governo britânico de maneira ilegal e enquadrado na lei antiterror, processou o Estado e venceu. Com o coletivo Juntos!, ele impulsionou a Casa da Juventude, projeto na Zona Portuária que mistura ativismo, midialivrismo e produção cultural. Coordenou a campanha contra o fim do programa “Rio Sem Homofobia”. Este ano, um artigo seu no jornal britânico The Guardian alcançou repercussão mundial ao denunciar a parcialidade de grandes grupos de mídia brasileiros.

Serviço:

Mesa Novas Mídias: Dia 29/11 – terça-feira, 19h. Oi Futuro Flamengo – Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo. Telefone: (21) 3131-3060.