quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES - M







A letra “M” é pródiga no tocante a nomes expressivos da história do teatro. Selecionei os oito que se seguem, mas cumpre destacar a enorme contribuição de ilustres ausentes, como Marcel Marceau, Pierre Carlet de Chamblain de Marivaux, Adolfo Marsillach, Somerset Maugham, François Mauriac, Ariane Mnouchkine, Slawomir Mrozek, Heiner Müller, Robert Musil, Alfred de Musset e Vladimir Mayakovski.


MENANDRO (342-291 a.de C.)


Autor dramático grego, principal representante da Nova Comédia. Muito famoso na Antigüidade, foi imitado por Plauto e Terêncio. Escreveu 98 comédias, das quais se conservam Dyskolos e fragmentos de Heros, Samia, Epitrepontes e Perikeiromene. A comédia de Menandro difere consideravelmente da Comédia Antiga de Aristófanes, graças à sua exuberância satírica e burlesca, e também ao seu conteúdo político. Suas obras exibem elegância de composição e estilo, dando preferência a temas individuais - problemas familiares e amorosos, reencontros românticos etc. - e tendo como pano de fundo a vida urbana burguesa. O coro ocupa um lugar bastante secundário na ação, já que praticamente se resume a unir os atos com música e danças.


MAQUIAVEL, Niccolo (1469-1527)


Escritor italiano, Maquiavel foi uma das personalidades mais marcantes do Renascimento. De formação humanista, escreveu obras político-históricas (O príncipe, 1532) e várias peças, entre elas A mandrágora (1513), considerada a comédia italiana mais importante do século XVI, tanto pela originalidade temática (que não segue nenhum modelo) como pela elegância dos diálogos, que possibilitam uma visão amarga e crítica dos costumes e vícios da época.


MARLOWE, Christopher (1564-1593)


Dramaturgo inglês do período elisabetano, é considerado o autor mais importante antes de Shakespeare. Filho de um sapateiro, foi bolsista em Cambridge e pertenceu ao círculo dos chamados “Talentos universitários”, que se impuseram no cenário teatral inglês a partir de 1590. Escreveu numa linguagem dinâmica, repleta de imagens, e suas tragégias são centradas em personagens titânicos e ambiciosos, que refletiam a sociedade em crise de sua época. Suas principais obras são: Tamburlaine the great, Tha tragical history of Dr. Faustus (primeira dramatização do tema), The jew of Malta (personagem que antecipa Shylock), Dido queen of Carthage e The massacre at Paris (ambas em colaboração com Nashe) e o drama histórico Edward II, sua peça mais madura, que recebeu nova versão de Brecht. Marlowe morreu assassinado numa briga, aos 29 anos.


MOLIÈRE, Jean-Baptiste (Poquelin) (1622-1673)


Expoente do teatro clássico francês do século XVII, ao lado de Corneille e Racine. Filho de um rico tapeceiro parisiense, freqüentou o colégio jesuíta de Clermont e começou a estudar Leis. Mas abandonou família e estudos ao se apaixonar pela atriz Madeleine Béjart, unindo-se à companhia dos Béjart, com a qual excursionou por várias províncias (1643-1658), adquirindo valiosa experiência como ator e autor. Já em Paris, e depois de amargar um fracasso como autor trágico, envereda para a comédia, produzindo inúmeras obras-primas, dentre elas O misantropo, O avarento, O doente imaginário, O burguês fidalgo, Tartufo, Dom Juan, A escola de mulheres e As artimanhas de Scapino. Ao longo de sua carreira, Molière sofreu muitos ataques, tendo sido acusado de imoralidade e irreligiosidade (A escola de mulheres) e perseguido por falsos devotos (Tartufo), sendo que muitos chegaram a sugerir que deveria ser queimado na fogueira como herege, o que não aconteceu graças à constante proteção do monarca Luís XIV, profundo admirador do autor.


MEYERHOLD, Vsevolod (1874-1942)


Diretor e ator russo, figura central do movimento Outubro teatral. Freqüentou a Escola de Arte Dramática de Nemirovich-Danchenko. Quando o Teatro de Arte de Moscou foi fundado, integrou-se à companhia, destacando-se como intérprete, especialmente como o Treplev de A gaivota. Em 1902, separou-se de Stanislavski e fundou sua própria companhia, quando começou a pôr em prática suas concepções antinaturalistas. Com o advento da Revolução de 1817, coloca-se à disposição do novo governo, realizando espetáculos para grandes platéias. Ao mesmo tempo, aprimorava a biomecânica, estilo por ele criado que combinava música e pantomima. Mais adiante, começou a se afastar do “teatro oficial”, introduzindo em seus espetáculos elementos psicológicos e de crítica social. Em 1939, foi preso em função de um discurso em que atacava o realismo socialista, tendo falecido em ciscunstância até hoje não esclarecidas.


MAETERLINCK, Maurice (1862-1948)


Poeta, filósofo e dramaturgo belga, de língua francesa, foi destacada figura dos movimento simbolista, ao qual se uniu em Paris, em 1876. Muito jovem se tornou famoso com seu primeiro drama, A princesa Maleine (1889) e por seus ensaios filosóficos. Colaborou com o Théâtre D’Art e em seguida com o Théâtre de L’Ouvre. A atmosfera, a poesia e o silêncio oculto nas palavras estão na essência de seus dramas líricos, nos quais a ação tem um papel secundário. Considerado precursor do surrealismo e do Teatro do Absurdo, Maeterlinck escreveu muitas peças, sendo as mais famosas e representadas Os cegos, A intrusa, Pélléas e Melisande (que Debussy converteu em ópera) e O pássaro azul, tendo esta última sido levada à cena pela primeira vez no Teatro de Arte de Moscou, em 1908, com direção de Stanislavski.


MILLER, Arthur (1915)


Autor dramático, é considerado o representante mais destacado do realismo psicológico norte-americano dos anos 40 e 50. Filho de um imigrante austríaco, escreveu suas primeiras peças ainda na universidade. Seu primeiro êxito, Todos os meus filhos (1947), um drama familiar, revela nítida influência de Ibsen. Escreveu obras memoráveis, dentre as quais se destacam A morte do caixeiro viajante, As bruxas de Salém, Panorama visto da ponte e Depois da queda.


MAMET, David (1947)


Dramaturgo e cineasta norte-americano. Suas primeiras peças - Lakeboat e Duck variations (1970) - revelam a influência de Albee e exibem bons diálogos em linguagem coloquial. Com Perversidade sexual em Chicago ganha o Jefferson Award em 1974 e três anos depois conquista a Broadway com American Buffalo. Esta última, protagonizada por Al Pacino em 1980 e apresentada no National Theatre de Londres, confere uma projeção internacional ao autor. Após o relativo fracasso de Edmond (1982) - um drama com atmosfera expressionista - obtém grande triunfo com Glengarry Glenn Ross (1983), uma implacável sátira da atividade imobiliária. Uma de suas obras mais recentes, Oleanna (1992), que tem como tema a luta entre gerações e sexos, é consagrada em todo o mundo. Como cineasta, Mamet fez sua estréia com uma obra-prima, A casa dos jogos (1985).


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