quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES - A





ADAMOV, Arthur (1908-1971).


Autor dramático francês de origem russa, viveu na Suíça, Alemanha e finalmente em Paris (1924), onde se uniu aos surrealistas. Em suas primeiras obras - A Invasão, A Grande e a Pequena Manobra, A Paródia, O Professor Taranne, Todos Contra Todos - aparecem os
temas-chave do Teatro do Absurdo: a incomunicabilidade, a ambigüidade, o vazio da linguagem, a solidão, a angústia, tratados sob a influência de Strindberg e Artaud, que também propunham uma ruptura com o teatro convencional. Com essas peças, Adamov mostra o homem irremediavelmente à mercê dos mecanismos sociais. Em sua fase seguinte, a partir de Ping-Pong e Paolo Paoli, mostra que essa sociedade pode ser transformada. Utilizando procedimentos descobertos pela vanguarda, mas dando a eles conteúdo diferente, Adamov supera o Teatro do Absurdo. Em suas últimas obras - A Política dos Restos, M. o Moderado e Fora dos Limites, Adamov volta ao clima de obsessões de sua primeira etapa, sem abandonar sua nova temática, unindo as duas vertentes de sua obra. Em 1971, Adamov se suicidou em Paris. Sua autobiografia, A Confissão, é de
grande interesse para a compreensão de sua pessoa e obra.


ALBEE, Edward (1928).


Autor dramático norteamericano. Começou com obras de caráter crítico: A História do Zoológico e A Morte de Bessie Smith. As influências do Teatro do Absurdo se refletem em Exorcismo, A Caixa de Areia e O Sonho Americano. Com Quem Tem Medo de Virginia Woolf (1962), grande êxito comercial, cria um melodrama psicológico, mesmo procedimento adotado em Um Equilíbrio Delicado (1966), que trata das relações pseudo-complexas entre
membros da classe alta novaiorquina. Sua produção nos anos 70 e 80 foi muito desigual, até escrever Três Mulheres Altas (1994), que obteve ótima repercussão.


ANOUILH, Jean (1910-1987).


Autor dramático francês. Mestre da peça bem feita, foi uma das personalidades mais brilhantes do teatro francês dos anos 30 e 40. Em suas comédias funde as inovações da vanguarda com elementos tradicionais. Iniciou sua carreira com O Arminho; em seguida,
vieram A Selvagem e O Viajante sem Bagagens, reunidas sob o título Peças Negras. À mesma época correspondem as Peças Rosas: O Encontro de Senlis, O Baile dos Ladrões e Leocádia. Um certo esquematismo melodramático caracteriza tanto as Peças Negras como as Peças Rosas, assim como um certo tom de rebeldia em alguns personagens, visível nas obras seguintes, Antígona e Romeu e Janete. Escreveu ainda Ardele ou a Margarida, Colombina, A Valsa dos Toureiros, Pobre Bitos, textos em que predomina o jogo intelectual da “comédia de salão”. A riqueza formal de seu teatro, que constitui seu principal atrativo, chega ao máximo em suas últimas obras: A Cotovia, Beckett e Caro Antonio.


APPIA, Adolphe (1862-1928).


Cenógrafo e teórico suíço. Juntamente com Gordon Craig, foi um dos representantes mais importantes da corrente simbolista no teatro. Grande admirador de Wagner e seu “teatro total”, propunha um teatro ilusionista, de atmosfera e sugestão. Mesmo que sua principal
preocupação tenha sido a ópera, suas idéias sobre montagem, cenografia e especialmente iluminação, foram revolucionárias para o teatro. Appia considerava o espaço cênico como uma unidade plástica ou escultórica, e o estruturava com plataformas e formas abstratas, sobre as quais a luz deveria atuar. Acreditava numa unidade plástica que fundisse todos os elementos: atores, objetos etc. A ilusão pintada (telão ao fundo) é substituída pela ilusão de espaço criado pela luz. Ao mesmo tempo, Appia aproveitava os valores emocionais da luz, sua capacidade de sugerir estados de ânimo e
atmosferas, e propõe sua utilização para acentuar os momentos mais dramáticos de uma montagem. Appia foi também o primeiro que teoricamente insistiu no papel dominante do diretor, a quem caberia criar a síntese artística.


ARISTÓFANES (448-380 a. de C.).


Autor dramático grego, máximo representante da Comédia Antiga ateniense. Escreveu em torno de 40 comédias, das quais se conservam 11: Os Acarienses, Os Cavaleiros, As Nuvens, As Vespas, A Paz, As Aves, Lisistrata, As Tesmosforias, As Rãs, A Assembléia de Mulheres e Plutão. Uma situação, geralmente relacionada com a política do momento ou com alguma questão social, é exposta rapidamente e logo desenvolvida em uma seqüência mais ou menos solta de cenas, que mesclam fantasia, sátira, paródia musical e literária, propaganda política, farsa etc. A intriga representa um papel secundário. As Rãs marca a transição para a Comédia Média, na qual o coro - dominante na Comédia Antiga - passa a um segundo plano.


ARRABAL, Fernando (1932).


Autor dramático espanhol, vive na França desde 1955. Admirador de Kafka, Breton, Beckett e Tzara, define seu teatro de raiz dadaísta como “teatro pânico”, com alguma sintonia com o Teatro do Absurdo. Suas obras dos anos 60, sucesso na França e em todo o mundo, incluem, entre outras, Piquenique no Front, Oração, Os Dois Carrascos, Fando e Lis, O Cemitério de Automóveis, O Labirinto, Cerimônia por um Negro Assassinado, O Arquiteto e o Imperador da Assíria. Celebrado internacionalmente, muitas de suas obras -
invariavelmente provocadoras - exibem temas polêmicos, como sadomasoquismo, perversão sexual, blasfêmia e necrofilia.


ARISTÓTELES (384-322 a. de C.)


Filósofo grego, discípulo de Platão em Atenas. Escreveu a primeira teoria dramática em sua Poética. Defende o valor positivo do teatro e da poesia em contraposição aos argumentos de Platão. Segundo Aristóteles, a tragédia provoca medo e compaixão, e através deles, a purificação (catarse) das paixões. Em sua breve história da tragédia analisa as obras trágicas de seu tempo, atribuindo a Sófocles o título de melhor autor trágico. Aristóteles foi o criador da regra das três unidades: lugar, tempo e ação.


ARTAUD, Antonin (1896-1948).


Escritor, poeta, ator e diretor francês. Pertenceu ao grupo surrealista de Breton, foi ator com Lugné-Poe e colaborou com Dullin. Ao lado de Vitrac, fundou o Teatro Alfred Jarry, onde dirigiu várias peças. Escreveu O Teatro e seu Duplo, que influenciou profundamente o
teatro moderno. Nele, combate o teatro narrativo e psicológico, e propõe a volta a um teatro de violência mítica e beleza mágica, que exponha os conflitos mais profundos do ser humano, não apenas com a palavra, mas também com a linguagem dos gestos e movimentos. Como Appia e Craig, Artaud visava um teatro de atmosfera e sugestão, dirigido mais aos sentidos do que à razão. Em 1953, fundou o Teatro da Crueldade, onde estreou Os Cenci,
baseado numa narrativa de Stendhal. A montagem foi um fracasso e gerou a ruína do autor, que passou a ter sucessivas crises de depressão e acabou internado num hospício.

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