sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Aos queridos amigos do blog:


Além de, mais uma vez, agradecer a presença de vocês neste modesto espaço de informação e reflexão sobre as artes, em geral, e o teatro, em particular, ratifico o que já disse recentemente: que 2010 seja o ano mais feliz de nossas vidas!

Mas um ano, como sabemos, não é uma "entidade" monolítica, mas o somatório de muitos dias. Portanto, se conseguirmos, por um lado, encarar cada dia como se fosse o último e assim vivê-lo com a indispensável paixão e intensidade, é possível que realmente consigamos materializar muitos de nossos sonhos - todos, naturalmente, seria impossível. Por outro, no entanto, há algo que não podemos desconsiderar.

Mesmo não sendo psicanalista, imagino que um dos maiores entraves para a nossa felicidade seja perpetuar aquele comportamento típico dos neuróticos (todos somos neuróticos, o que varia é o grau de nossa neurose ) que consiste, basicamente, em andar em círculos, repetindo inconscientemente os mesmos equívocos e a eles atribuindo causas externas, sem atentar para o fato de que essa compulsão à repetição só pode ser interrompida por nós mesmos.

Mas isso só se torna viável se renunciarmos às costumeiras lamúrias ou à arrogância e adotarmos uma postura mais humilde, prima-irmã da sabedoria. Se eu me recuso a pensar sobre o que fui, eu o serei sempre. Ou seja: todo aquele que se nega a refletir sobre o próprio passado está condenado a repeti-lo.

A vida, como sabemos, é uma longa e sinuosa estrada. E nela não existem atalhos. Não se deve cultivar a ilusão de que somos capazes de dar grandes saltos, sobretudo porque quase sempre ignoramos a extensão de nossas pernas. Então, me parece mais sábio e mais prudente ir construindo nossa história com firmeza e determinação, mas também com a paciência que se faz necessária. E tentando sempre perceber os nossos próprios limites.

E caso vocês cultivem alguma religião, qualquer que seja ela, e mesmo que não sigam nenhum credo específico, mas ao menos acreditem em algum poder superior, aí segue uma pequena oração que acho que pode fazer bem a todos nós:

"Deus, concedei-me a SERENIDADE para aceitar as coisas que não posso modifificar. CORAGEM, para modificar aquelas que posso. E SABEDORIA para perceber a diferença".

Beijos,

Lionel

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