quinta-feira, 5 de março de 2009

Teatro/CRÍTICA

"Esta é a nossa canção"

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Simpatia e charme na Maison


Lionel Fischer


Levado à cena na Broadway no início dos anos 90, "The're playing our song" fez grande sucesso e desde então o ator Tadeu Aguiar sonhava em montar o musical no Brasil. E agora, passados 18 anos, consegue materializar seu sonho, que pode ser conferido no Teatro Maison de France. De autoria de Neil Simon, música de Marvin Hamlisch e letras de Carole Bayer Sager (otimamente traduzidas por Flávio Marinho), o espetáculo chega à cena com direção de Charles Randolph-Wright e elenco formado por Amanda Costa (Sonia Walsk) e Tadeu Aguiar (Vernon Gersh), acompanhados por seus alter-egos - Ana Baird, Mauro Gorini, Anna Bello, Carolina Futuro, Flávia Rinaldi, Pedro Henrique Lopes, Sérgio Somene e Victor Maia.
Além do elenco, participam da montagem os músicos Arimatéa (trompete e flugelhorn), Carlos Henrique (bateria), Levi Chaves (sax alto, clarineta, flauta e piccolo), Liliane Secco (piano), Marcelo Eduardo Farias (piano), Marco Moreira (sax tenor, sax soprano, clarineta, flauta e piccolo), Roberto Silva (trombone) e Tássio Ramos (baixo). Lilianne Secco assina a direção musical e regência.
Estamos diante de um enredo bastante simples, que tem no romantismo a sua tônica. Vernon Gersh é um renomado compositor, enquanto Sonia Walsk é uma jovem letrista ainda em busca de afirmação. Os dois se conhecem, acabam formando uma parceria e, naturalmente, terminam por se apaixonar. Mas a relação de ambos é permanentemente atormentada pela presença de um ex-namorado de Sonia que, embora nunca apareça em cena, é como se nela estivesse todo o tempo. Em face deste onipresente "fantasma", o casal acaba rompendo, para mais tarde se reencontrar, tudo indicando que serão felizes para sempre.
Como se vê, mais simples impossível. Portanto, todo o possível encanto ficaria por conta das canções. Mas estas, ainda que agradáveis e melodiosas, carecem de mais vigor e originalidade, ainda que seduzam a platéia. Mas esta sedução se deve, em nosso entendimento, sobretudo à química dos protagonistas, que desempenham com enorme simpatia e charme seus papéis, e à excelência de ambos nas partes cantadas. Os demais integrantes do elenco também contribuem de forma decisiva para a deliciosa atmosfera que se instala no palco desde o início, pois também cantam e dançam muito bem.
Com relação à dinâmica cênica, a direção de Charles Randolph-Wright é simples e eficiente, sendo correta a coreografia de Ken Roberson. Mas gostaríamos de destacar a ótima cenografia de Edward Monteiro, os criativos e divertidos figurinos de Ney Madeira, a expressiva iluminação de Paulo César Medeiros - que enfatiza de forma sensível os múltiplos climas emocionais em jogo - e a irrepreensível direção musical de Liliane Secco, assim como a irretocável performance dos músicos.

ESTAÉ A NOSSA CANÇÃO - Texto de Neil Simon. Direção de Charles Randolpf-Wrigt. Com Amanda Costa, Tadeu Aguiar e grande elenco. Teatro Maison de France. Quarta a sábado, 19h30. Domingo, 18h.

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